Eu e meu pai somos duas árvores. Ficamos relativamente próximos num jardim bem cheio. Ele é baixinho, cheio de folhas verdes e oferece sombra para quem quiser ou precisar. Eu sou alto, tenho poucas folhas e sirvo mais para divertir esse pessoal que gosta de ficar mais perto das nuvens. Por sermos tão diferentes, muitos chegam, abismados e perguntam:
Vocês são mesmo pai e filho?
E nós, em uníssono, respondemos:
Sim, e não saberíamos o que fazer se assim não fosse!
O problema é que as outras criaturas da Criação não conseguem ver por baixo da terra, mas se tivessem esse dom, entenderiam. Veriam duas raízes, aparentemente distintas, mas bem próximas e entrelaçadas, como duas mãos que depois de coladas, não se soltaram mais. Se eles vissem e compreendessem isto, nunca mais fariam perguntas tolas. Somos superficialmente diferentes, mas as nossas raízes são as mesmas e, dentro de nós, estamos unidos por um abraço eterno, cujo é o sustentáculo da minha vida todos os dias. 

Jessé Lima 

2 Comentários

O tempo é maior presente que podemos dar à alguém: obrigada pelo seu. As palavras são afeto derretido, que tal deixar as suas? (Caso tenha um site, para que possamos presenteá-lo com nosso tempo,divulgue-o aqui). Forte Abraço.