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Sempre considerei a História uma ferramenta indispensável para a vivência humana plena, mas agora, mais do que nunca vejo como ela se faz necessária. Quanto mais se sabe sobre o que já aconteceu, mais progressivamente é possível caminhar. Entretanto, nem todo mundo gosta de estudar História, né? Por isso, resolvi discuti-la de uma forma diferente: através da literatura. 

Desta forma, como as guerras, em especial a segunda guerra mundial, me são de grande interesse no que tange a tentar compreender como se estabeleceram, decidi trazer a indicação de três livros que tratam de histórias reais de pessoas reais que estiveram na Segunda Gerra Mundial. Vamos conferir?

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1. O diário de Anne Frank - Anne Frank
Lembro-me de estar cursando o quinto ano quando a professora de língua portuguesa nos entregou um texto confuso, repleto de onomatopeias, e disse que era um trecho do Diário de Anne Frank. De início, me interessei pelo livro porque todos os meus colegas brincavam dizendo que era o meu diário. Anos depois eu, finalmente, puder o livro. 

O livro é exatamente o que o título diz ser: o diário real de Annelies Marie Frank, ma adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto (entenda melhor o Holocausto AQUI). O diário foi escrito de 12 de junho de 1942 até 1º de agosto de 1944, sem nenhuma intenção de ser publicado. Em 1944 o governo holandês esteve buscando testemunha oculares da guerra e, após não ter mais dúvidas de que a filha estava morta, o pai dela único sobrevivente da família, Otto Frank, deu o diário para o governo sem lê-lo. 

A estrutura do livro é a de diário, tudo foi mantido como Anne escreveu: datado. Anne relata a rotina de sua família e seus jovens anseios, ela destaca em especial as mudanças e opressões sofridas após a ascensão nazista ao poder. Para quem quer saber mais sobre a guerra a partir do olhar mais sensível de uma pessoa em especial, esse é o livro ideal. 

2. As últimas testemunhas: crianças na segunda guerra mundial - Svetlana Aleksiévitch
Assim que abri o pacote com esse livro e vi a capa, soube que ia gostar. Comecei a lê-lo em uma semana muito difícil em que eu estava extremamente doente e acabei tendo que colocá-lo de lado. Assim, terminei semana passada.

Por mais que eu tenha estudado sobre a guerra, sobre o Holocausto, sobre o nazismo, sobre regimes totalitários, a leitura desse livro foi um soco no estômago. Doeu, doeu, doeu cada página, cada linha, cada narrativa, cada pedacinho de mim. Entretanto, se eu soubesse previamente todas as lágrimas que me causaria, ainda assim leria, precisamos fazer algo acerca da crueldade humana, mesmo que a única coisa possível seja conhecê-la e torná-la pública.

O livro é composto de relatos de pessoas russas que eram crianças na época da guerra, cada relato contém o nome, a idade da pessoa na época da guerra e a profissão atual. Algumas pessoas eram de famílias judias, outras não, mas todas relatam em uníssono: viram e viveram coisas que não deveriam acontecer a nenhum ser humano. Elas relatam como suas famílias foram dizimadas, como elas sobreviveram comendo até mesmo barro e, sobretudo, como é doloroso ainda lembrar de tudo. É livro muito denso, mas necessário. O trabalho de Aleksiévitch, além de ter uma impecável estética literária, é um patrimônio histórico e jornalístico incontestável.

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3. Maus: A história de um sobrevivente - Art Spiegelman
Como alguma coisa pode ser, ao mesmo tempo, leve e pesada? Eu digo: um livro em quadrinhos sobre guerra. Esse livro, que foi indicação da minha amiga do blog Oi da Lari,  eu li exatamente no mesmo dia em que terminei o livro anteriormente mencionado.

O fato é que eu, após a infância (quando eu lia os gibis da turma da mônica), nunca fui muito de ler história em quadrinhos. Entretanto, todas as que li foram indicações de amigos e me agradaram bastante; não foi diferente com Maus. 

Art conta a história de seus pais, judeus, durante o holocausto de uma forma extremamente convidativa: ele mostra como seu pai o contou a história e, ainda, como seu pai tem uma personalidade difícil.  É muito interessante como Art conta toda a história sem idealizações: seu pai foi, sim, vítima do holocausto, mas não é retratado como herói por isso. Os quadrinho me ensinaram muito sobre a guerra e, sobretudo, sobre o holocausto.

com amor, 
Ane Karoline


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