Percebi que a tristeza fez morada ao meu lado

Eu me recuso e saio
Fujo dela, de soslaio
Mas a tristeza fez morada ao meu lado.

Pedi, então, que ela falasse baixo e me apressei em explicar
Que, com ela, não pretendia nenhum laço, mas nunca fui de expulsar
E, nesse impasse inadequado
A tristeza fez morada ao meu lado.

Perdurou a complicação, me mantendo atordoada
Em imensurável aflição: ela era o que me restara- onde me apoiara, me afundara, me encontrara.
Construiu-se aí um laço: 
A tristeza fez morada ao meu lado.

Perdemos a relação por uma tal de alegria
Que, logo de antemão, chegou sem dizer que viria
E nesse impulsivo embaraço
A tristeza foi colocada de lado.

Por mim, tentei apresentá-las, tentei manter a calma no meu chão de linóleo
Tentei equilibrá-las, mas eram como água e óleo
Dei o assunto como acabado, 
Alguém tinha que ser deixada de lado.


Ane Karoline








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