Fonte: Tumblr

                
                  Se para me encaixar, eu preciso ser como todos os outros, então eu prefiro continuar sendo eu mesmo. Por que eu amo quem eu sou. Mesmo com todos os defeitos, mesmo com todas as coisas que precisam ser mudadas, melhoradas, eu não seria ninguém mais.
                Foram meus erros que me trouxeram até aqui, tanto quanto meus acertos. Mas os erros, acima de tudo. Pois foram eles que me trouxeram as emoções mais fortes e mais reais. Foi errando que senti o gosto amargo da decepção, da derrota e da frustração. Foi errando que construí meu caráter, aprendendo que nem sempre alcançamos nossos objetivos na primeira tentativa. Foi errando também, que compreendi a força necessária para se reerguer, após uma queda. Aprendi a enxugar as lágrimas, cuidar das feridas, erguer a cabeça e tentar novamente.
                Aprendi que, se de um jeito não funcionou, devo pensar em outro. Aprendi que planejar, me antecipar aos possíveis problemas, e usar a organização, me ajudam a encontrar a solução. Acima de tudo, meus erros me ensinaram que errar é humano, e que não sou menos por errar. Me ensinaram que não preciso fazer tudo sozinho, e que às vezes é necessário pedir ajuda. Aprendi que nem tudo o que buscamos ou queremos, é o melhor para nós.
                É claro que os acertos me ensinaram muito. Contudo, o gosto da dor ensina mais que a doçura da vitória. Assim como não me arrependo de meus erros, não me arrependo do bem que fiz para quem me abandonou, me traiu ou me foi ingrato. Muitas vezes deixamos que a mágoa da decepção nos corroa e endureça nossos corações, criando uma armadura feita pelo medo de ser ferido novamente. Mas, corromper nossa essência de luz por causa de uma pessoa ingrata ou maledicente, é perder para a escuridão.
                Em minha vida, muitas vezes me doei demais, fiz demais, cruzei meus limites por pessoas as quais julgava amigas. A sensação mais gelada me atingiu quando essas pessoas não souberam apreciar ou retribuir isso. É importante dizer que jamais fiz o bem esperando algo em troca. Nada além do respeito das pessoas a quem ajudei. Hoje, mais amadurecido e com vivências melhores, percebo que me afastar dessas pessoas tóxicas melhorou minha qualidade de vida, mas que, não me arrependo de ter sido bom para elas. Afinal, é assim que eu sou. Bom.
                Se estas pessoas me ofereceram apenas silêncio, ingratidão e suas costas, é por que isso faz parte da essência delas, diferente da minha. Sendo assim, não me permitirei deixar de ser bom, por conta de algumas pessoas erradas. Todo o bem que foi feito de bom grado, retornará para aqueles que o fizeram, de uma forma ou de outra. É com esse pensamento que continuo de braços abertos, acreditando na bondade das pessoas e que elas merecem o melhor de mim, até que me provem o contrário.
                Por fim, não me arrependo dos amores que senti, das experiências que vivi, e das atitudes românticas e carinhosas que tomei. Não me arrependo por que, no momento em que as fiz, elas tinham sentido e significado e, apesar de essa não ser mais a verdade hoje, não deixa de ter sido verdade. Foram elas que geraram memórias. Mesmo que hoje essas memórias sejam dolorosas, ao observar a minha postura e atitudes, percebo que tenho orgulho, e não vergonha, da pessoa que fez tudo aquilo.
                Orgulho sim, de ter me aberto e me arriscado a viver o que sentia naquele momento sem restrições. Não me importando com o resultado final, com a dolorosa traição ou o abandono, com a morte lenta e progressiva de um sentimento que durou apenas o tempo que deveria doar. Lembrando-me que o tempo é o melhor professor, e que tudo acontece em seu tempo ideal, começando e terminando nos limites do correto. Insistir nisso é abraçar cactos, é ferida auto infligida, que inflama e marca.
                Doa o quanto doer, uma hora a dor se desgasta e para de pulsar. Viver no passado não traz bem a ninguém, mas vale consultar as memórias para lidar com as situações do presente, pois elas são valiosas instrutoras que se baseiam na experiência. Sigo vivendo no presente, que tem esse nome justamente por ser a dádiva de viver melhor que ontem e a chance de fazer um melhor amanhã.
                Lembre-se disso, e viva, pois a sua vida é o seu maior presente.
- Adolfo Rodrigues

3 Comentários

  1. Achei lindas e muito verdadeiras suas palavras.
    A vida nos proporciona muitos aprendizados, porém, só vamos progredir, a medida que despertamos pára a necessidade da nossa evolução.
    Jamais se feche pelos os medos, inseguranças e fragilidades.
    Viva e se permita viver intensamente!

    ResponderExcluir
  2. Que texto visceral! Amei e me identifiquei com cada vírgula. Agradeço por partilhar esse pedacinho de si comigo. ❤️

    ResponderExcluir

O tempo é maior presente que podemos dar à alguém: obrigada pelo seu. As palavras são afeto derretido, que tal deixar as suas? (Caso tenha um site, para que possamos presenteá-lo com nosso tempo,divulgue-o aqui). Forte Abraço.