Aqui estou eu, olhando pro teto e tentando encontrar as palavras certas para dizer.
Logo eu, que não as conheço tão bem, eu que as evito sempre que possível. 
Usar de textos para mim é algo inimaginável, algo que prefiro trocar pelo silêncio, pois o silêncio me representa tão bem que já o sinto como uma extensão do meu ser.
Mas hoje não, hoje me senti na obrigação de falar até que me faltem palavras. 
É como se fosse um chamado, ao qual eu jamais poderia recusar.


        Vivemos uma vida de ilusões!
Passamos dias e noites pensando em como tudo é perfeito, em como temos sorte por acordar e encontrar quem amamos ao nosso lado.
        Tudo vai bem, finalmente encontramos o nosso amor verdadeiro, finalmente conseguimos o tão esperado emprego dos sonhos e até mesmo a nossa grama, no fim das contas, parece mais verde que a do vizinho.
        Então você chega, e me leva tudo o que eu mais amava, me tira de todo o meu conforto e da minha paz. 
       Mas tinha que ser logo eu, a enfrentar esse frio, essa escuridão?
       Assim tão de repente? Eu ainda tinha tanto a dizer, tanto a realizar, eu ainda tinha muita vida para gozar.
        E todos aqueles que ficaram, eles não merecem sentir minha falta, eles não merecem sofrer.
       Afinal de contas, porque isso teve que acontecer? Quem lhe deu permissão de encostar esse seu dedo frio, asqueroso e desesperançoso em mim?
       Agora me encontro aqui, nessa montanha de perguntas, nesse mundo de desejos não realizados.         Já não tenho mais esperança, pois, sei que não posso mais voltar atrás. Sei que essa é uma triste realidade que terei que enfrentar sozinho. 
     Queria tanto poder dizer a todos que deixei que vai ficar tudo bem, para que todos vivam suas vidas como se não houvesse amanhã...
      Queria pela última vez dizer a todos que amo o quantos eles são importantes pra mim, o quanto eu vou sentir falta de cada singularidade que os tornou tão especiais para mim. Queria dizer que não chorem.
       Mas acho que já não tenho mais tal poder... 
      Aqui estou eu, começando sozinho uma nova jornada.
      Só me resta torcer pra que tudo corra bem e para que minhas palavras cheguem de alguma forma a quem elas têm que chegar.
    Sintam mesmo minha falta, exatamente como eu sinto a de vocês nesse momento. Mas sigam adiante, é tudo que lhes peço. Amem sem medo, briguem, errem, façam amor, sorriam, chorem, façam o que convém. Mas jamais esqueçam do quanto essa vida é curta, e que hoje estamos aqui para fazer tudo isso, mas e se...?
      E se amanhã você não puder mais falar ou demonstrar como se sente? 
      Bote pra fora agora, liguem, enviem mensagens, esclareçam o que quer que seja. 
     Vivam! Vivam enquanto têm esse dom, e não aguardem essa visita inesperada, afinal, ela virá de qualquer forma. Então aproveitem tudo o que puderem, e se puderem, fiquem bem.
   Sentirei eternas saudades de todos,e aguardo ansiosamente pelo dia em que poderemos nos encontrar novamente. 
     É isso, até a próxima...
Adeus

-Jandilson Dantas


A contribuição de hoje é do meu querido amigo, Jandilson, que sempre esteve envolvido com a escrita indiretamente, e finalmente deu um passo à frente e resolveu arriscar. Dono de uma mente que não para, uma personalidade única, e muitas vezes difícil de compreender, ele é imprevisível. Agradecemos a contribuição e esperamos que seja apenas a primeira, de muitas!
-Rearteculando

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