"Ficaria, ficar e ria..."


Ele coleciona memórias
guarda coisas na cabeça boa
cria outras na mente estranha
vive na hora tardia
Saltando da balaustrada da varanda do seu quarto
Encontra a escuridão no meio da noite
faz amizade com os seres que vivem abaixo das estrelas
Ele foi tão magoado que lhe falta espaço para mais
há riscos em seu coração
marcas e rasgões, feridas e arranhões
Ele olha pra cima, para conter as lágrimas
Ele quer casa, teus braços
Que o envolva em seu lar móvel
Faz corda bamba das quinas das calçadas
Vira as esquinas e vê o mundo girar
Quem era ontem não conhece quem é hoje
Vive apoiado nos escombros de seus sentimentos
Apoiado nos fios elétricos de decepções passadas
A água da chuva escorre e ele observa
e o reflexo é seu melhor amigo
mas ele o acha feio
E enquanto ele não é o único
Anda pela cidade de madrugada
caça sombras e pesadelos
sorri e diz que está bem
Chora no pé da cama
Arrisque por ele, não vai se arrepender
Ele respira a vida que se esvai
O tempo é um inimigo constante
Por que tudo tão cinza?
Você é seu único floco de neve
Se não soma, então some
Deixa o beijo, desejo
Vem dar seu presente de aniversário
O enche de energia, carrega
Sobrecarrega,  e esquenta
E ele vive mais um mês, talvez
Mas teme pelo futuro, pensa mais que devia
Ele continua em seu caminho
mais perdido do que antes
Torce apenas para que você continue sendo a luz
para que ele possa continuar a caminhar
Você é a terra para a sua semente
plante-se nele
e por fim
Germine...

Adolfo Rodrigues

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