Nunca fui perita em estações do ano, clima e nem nada desse tipo. Em termos convencionais, as estações do ano são primavera, verão, outono e inverno; cada uma delas com características particulares. Há quem goste mais do Sol, há quem goste mais do frio e há os insatisfeitos. E, pelo que sei, desde que o mundo é mundo não há muito o que possamos fazer para modificar o clima: não existe um pó mágico que a gente possa jogar no ar para fazer o Sol aparecer naquele dia que a gente quer ir nadar, ou uma sementinha que faça chover quando a gente quer dormir e o calor não deixa. Mas podemos lidar com isso. 
    A minha personalidade perceptiva,por exemplo, faz meu corpo físico sofrer no frio: não gosto de frio. Mas sei que sem os dias frios eu não apreciaria tanto o Sol. Ou seja: por mais que, em minha opinião, deveria existir uma lei que decretasse feriado (remunerado) em todos os dias frios, eu escolhi acreditar que estes são necessários e tiro proveito deles, assim, o incômodo fica bem pequenininho.
     O que acontece é que a gente tem a capacidade de ver as coisas da forma que queremos ver, e assim a gente vai moldando nossa vida sem nem perceber. É como deitar no chão, de barriga para cima, e ficar observando as nuvens (só dá para fazer isso em dias de Sol, aos desavisados): a gente consegue ver várias formas e formatos. Tá, e aí ? E aí que a gente vê o quer ver, oras. Se você vai ver um cachorrinho ou um monstro com três cabeças, nas nuvens do seu quintal, vai depender de você e da sua cabecinha sonhadora. 
    É como se todos os dias recebêssemos uma tela em branco e materiais para colori-la. Em alguns dias recebemos aquarela e pincel, outros recebemos lápis de cor, em outros recebemos massa de modelar e por aí vai seguindo uma estrada de infinitas possibilidades. 
   Na verdade, a metáfora escolhida não tem tanta importância o que importa mesmo é reconhecer que quem rascunha as linhas por onde a gente anda, e escreve a nossa história a cada passo, somos nós mesmos. Cabe a mim e a você deixar de pecar pela falta e começar a pecar pelo excesso: excesso de tentativas. A nossa preguiça de ser feliz é o que tem comido o nosso coração centímetro por centímetro e nos impedido de ver o arco-íris que vem depois da chuva. 

Ane Karoline

Deixe um comentário

O tempo é maior presente que podemos dar à alguém: obrigada pelo seu. As palavras são afeto derretido, que tal deixar as suas? (Caso tenha um site, para que possamos presenteá-lo com nosso tempo,divulgue-o aqui). Forte Abraço.