Fonte: busy.org
Sugerido por Camila Meireles
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Quando
falamos sobre consciência, como a percepção que o ser humano possui do que é
certo ou errado, servindo como bússola para suas ações como indivíduo perante a
sociedade, falamos também sobre individualidade, caráter e experiência de vida.
Como seres pensantes, errantes, e que viveram experiências diferenciadas, a
bússola moral é formada de maneira diferente.
Quando
pisamos no campo de discussão do que é o certo e o errado, mergulhamos em uma
área cinzenta que exige contexto, e uma reflexão profunda a respeito de
empatia. É comum que tenhamos o senso de que sabemos o que é o certo, e a
vontade de aplicar essa perspectiva tanto em nossas vidas, quanto na dos
demais. Nesse aspecto, a empatia nos leva a dois caminhos.
O
primeiro é a compreensão de que, aquilo que me parece o certo, nem sempre se
aplica à perspectiva alheia. Uma solução que me parece viável, bem como uma
solução que me agrade, possui diferentes implicações nos demais. Dessa forma,
apesar de poder aconselhar, usando nosso ponto de vista como base, é importante
respeitar que o certo para mim, pode não ser o certo para o próximo.
O segundo caminho é o de que nem
sempre as pessoas sabem o que é melhor para elas. Digo isso no sentido de,
muitas vezes, não sermos capazes de enxergar a situação em que nos encontramos
como um todo, ignorando pontos cruciais, por não ser capazes de mudar o ângulo
pelo qual observamos a situação. Quando isso acontece, notar a disposição da
pessoa para receber, ou não, auxílio, torna-se vital.
Vemos amigos, familiares e pessoas
amadas se submetendo a situações que lhes são ruins, sem muito poder fazer por
elas. Não se pode ajudar quem não quer ser ajudado. Porém, isso não é motivo o
suficiente para virar as costas a quem precisa. Para tal é preciso inspirar
coragem. Pessoas em ciclos viciosos, presas a relações ruins, ou situações
negativas, necessitam de coragem para quebrar tais ciclos.
Muitas vezes, por questão de hábito,
medo ou costume, as pessoas se mantem em situações negativas ou degradantes,
simplesmente por faltar-lhe a coragem de romper com aquilo. Como pessoas de
consciência, guiados pela ideia que nosso direito acaba onde o do próximo
começa, é imprescindível que tentemos motivar essas pessoas a cultivar a
coragem necessária para realizar as mudanças de que tanto precisam.
Inspirar coragem é muito mais do que
oferecer palavras. É motivar pelo exemplo, respeitar o tempo de cada um e
ajudar a enxergar a amplitude das situações que nos circundam. É oferecer
apoio, ser porto seguro e ombro amigo. Sendo a consciência essa grande zona
cinzenta em nossas vidas, há pontos que são indiscutíveis. Todos possuem
direito a viver relações saudáveis, a procurar o melhor para si e a deixar para
trás o que lhes faz mal.
Para tanto, uma junção de consciência,
bem direcionada, e uma pitada de coragem, podem ser a chave para abrir as
portas para um futuro totalmente diferente.
-Adolfo Rodrigues