Fonte: tumblr
Sugerido por Oslan Lima
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Amor, como palavra, sentimento e
forma de expressão, existe em suas variadas formas, ao nosso redor. Temos o
amor puro, inabalavel, vindo dos nossos queridos pets. Eles nos ensinam um amor
sem cobrança, sem critérios e puramente baseado no fato de te amarem. Temos o
amor da família, das nossas mães, de quem somos e sempre seremos uma parte.
Entre esses e outros amores, encontramos o amor romântico.
A
sensação natural que temos, seja por viver numa sociedade que nos impõe isso,
seja por sermos seres naturalmente sociais, de que precisamos de alguém. A
mídia, os livros, as pessoas, as histórias, tudo isso nos mostra o que devemos
acreditar que é o amor. O amor ideal, retratado nos livros e filmes, que tudo
enfrenta, tudo suporta e se molda para dar certo. Sinceramente, um amor falso e
artificial, criado para nos iludir.
O
amor de cinema e de livros, inicialmente, foi desenhado para agradar o coração
das mulheres. Ele era mostrado como um amor submisso, servil e gentil, onde as
mulheres eram mostradas de forma casta e obediente. Por muitos anos esse foi o
padrão mostrado na mídia. A mulher como alguém alegre, educada e encantadora,
que se apaixonaria pelo homem forte, bonito e honrado.
Com
a evolução da sociedade, dos valores e do que era visto como amor, o que era
representado na mídia também teve que mudar. O amor romântico passa a nos ser
vendido de várias outras formas. Mesclado com o erotismo, mesclado com a
guerra, com a proibição e etc. Ele se adapta, mas continua nos mostrando uma
ideia falsa do que deve ser visto como o amor. O amor mostrado na mídia prega
um príncipe num cavalo branco, mostra uma relação sem conflitos, onde tudo é
perfeito, e as imperfeições são ignoradas com sucesso.
Amor,
seja ele paternal, fraternal, romântico ou amigável, vem com autos e baixos.
Relacionar-se, por si só é cheio de suas próprias nuances. Viver, é resolver
situações, problemas e confusões. Uma palavra dita, ou não dita, causa um
vendaval em relações. Um olhar, um sorriso, podem ser o bastante para iniciar
uma relação, ou para destruir uma. Portanto, idealizar um amor que ignora a
natureza básica do ser humano, é uma viagem só de ida para quebrar a cara.
Ignorar
que, mudanças de humor, ansiedade, depressão, alegria e tristeza, podem todas
ser sentidas em um mesmo dia, é a forma errada de iniciar algo. Voltamos, então
ao questionamento que entitula nosso texto. Ainda existe o amor?
A
resposta? Sim! O amor ainda existe.
O
amor do pet que abana o rabo quando chegamos, ou da roupa limpinha que a mamãe
nos deixou. Na mensagem animada da amiga querida, ou no beijo de boa noite
enviado pela vovó. O amor nos circunda, e está até mesmo na plantinha que
cresce com nosso cuidado gentil. O amor romântico, ainda existe. Ele só não cabe
mais nos padrões que nos são mostrados todos os dias através da mídia.
Amor
romântico, ama primeiro a si mesmo. Amor romântico suporta os problemas e
situações, desde que estes não o machuquem. Ele cresce, se adapta, mas não muda
para caber em lugar nenhum. Ele expande, completa e acrescenta, sem nunca
sufocar. Ele aproveita as situações comuns, para criar memórias incríveis, sem
nunca exigir o mesmo do parceiro. Ele é carinho, sem cobrança, presença sem
exigência e entrega sem perda. Como todas as melhores coisas da vida, acontece
naturalmente. O amor existe, isso não se pode negar. Cabe a nós enxerga-lo em
suas verdadeiras nuances, deixa-lo nos encontrar e vive-lo sem esperar demais.
Um dia após o outro, ele cresce, germina e cria raíz. Quando a gente menos
espera, floresce.
-Adolfo Rodrigues