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Sugerido por Rafael Daher


                 Ansiedade, por definição, nos remete a palavras como aflição, angústia ou perturbação. Muito se diz a respeito dela, e uma grande parcela da população possui um ou mais traços desse mal que aflige pessoas das mais diversas idades. A ansiedade pode ser encarada como uma antecipação de algo que nos faz sentir mal. Muitas vezes, causada por experiências anteriores que deixaram marcas profundas, a ansiedade não precisa de um gatilho para se desencadear.
                Quando em contato com as relações humanas, há inúmeras formas e razões pelas quais pode se manifestar. Uma das mais intensas formas de descarrilar uma reação, é o uso desmedido de palavras. Uma pessoa ansiosa, dentro de uma relação será também uma pessoa insegura. Não por quê algo aconteceu, não por que houve um motivo, mas pelo simples fato de a ansiedade trabalhar na mente das pessoas em conjunto com a paranóia.
                Um dos grandes exemplos dessa combinação dentro de uma relação, é quando o transtorno atinge a auto estima. A pessoa ansiosa se torna muito auto consciente daquilo que não gosta em si, e isso se tornará motivo para que se compare com outras pessoas. Logo, a pessoa ansiosa será capaz de enxergar apenas seus “defeitos”, simultaneamente enxergando apenas as qualidades dos demais. Isso leva à famosa comparação, ou a questionamentos do tipo “por que eu, sendo que não tenho nada a oferecer?”, ou ainda “qualquer pessoa seria capaz de acabar com meu namoro, pois todos os outros são melhores que eu”.
                Quando isso acontece, a consequência mais comum são as crises. O choro, os tremores, a falta de vontade de fazer qualquer outra coisa. A sensação de ser pouco é aterrorizante e, gera um medo sem precedentes: O de ficar sozinho. É importante notar que há um abismo de diferença entre estar sozinho por opção, e estar sozinho por que não se consegue relacionar. A solidão pode ser aterradora, e o silêncio doloroso. Sentir-se sozinho é como se afogar em água fria e escura. A superfície e visível, mas não alcançável.
                Outra forma comum de ansiedade dentro de relacionamentos, causada especialmente pela crescente facilidade na comunicação, é o famoso “ghosted”, ou, como é conhecido em português, vácuo. O vácuo compete a não resposta ou o ignorar uma mensagem, ou chamada. Quando o parceiro não te atende, não responde suas mensagens, uma série de paranóias se forma automaticamente. A necessidade da pessoa ansiosa grita, corrói e machuca.
                Isso não acontece por uma necessidade ou carência excessiva, e sim por conta do constante estado de insegurança vivido pela pessoa. Ser ansioso é ter que esperar e hiperventilar por isso. É ter uma dúvida e se corroer até resolve-la. É ter uma situação nas mãos e não conseguir deixar de pensar nisso ao ponto de passar noites em claro. É a incapacidade de controlar sentimentos que os demais conseguem. Ser ansioso é viver constantemente com um saco plástico na cabeça, forçando-nos a respirar uma quantidade diminuta de oxigênio.
                Ser ansioso é ter uma tempestade eterna no estômago. É não ter forças para sair da cama, para lidar com as pessoas, para cumprir tarefas simples como sorrir para um conhecido na rua. Ser ansioso é encarar situações comuns do dia a dia como verdadeiras provações. É sentir o coração oprimido diariamente, sem nada poder fazer a respeito. É ouvir de novo e de novo o quão importante se é, e ainda assim ser incapaz de acreditar. É ter de chorar por meia hora, antes de ser capaz de realizar uma tarefa simples, apenas pelo fato de que sua mente grita, alto demais para que se possa reagir.
                Dentro de uma relação, a pessoa ansiosa pode acabar sofrendo ainda mais, caso não esteja em um lugar estável com seu parceiro. Requer esforço e compreensão, requer adaptação e diálogo. O ansioso não tem controle, mas pode aprender a exercer esse controle, se ambos encontrarem um lugar em comum, onde possam trabalhar aquilo e encontrar soluções, juntos. Logicamente, o esforço requer mutualidade. Coisas simples como avisar que ficará incapacitado de responder mensagens ou ligações pelos próximos minutos, podem evitar crises fortes.
                Evitar comentários ou brincadeiras sobre assuntos que causam desconforto, ou ainda tomar atitudes que reafirmem e tranquilizem seu parceiro em relação à situação e status em que se encontram, são passos simples, que fazem toda a diferença. Ou seja, acima de tudo, relacionar-se com uma pessoa ansiosa, requer compreensão e reciprocidade.
                Afinal, não são assim todos os relacionamentos?
                De nada diferem os ansiosos dos demais. Requerem apenas, um pouco mais de compreensão, empatia e cuidado, e nos entregam de volta, um amor real, um carinho intenso, e uma entrega absoluta. Quem bem cuida de quem te ama, colhe apenas frutos maduros. Respire fundo, exerça a empatia, faça perguntas claras, e consolide o que já foi conquistado. Tenha sempre a certeza, de que estará caminhando, em direção ao sucesso.


-Adolfo Rodrigues

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