Ela está sempre lá. Quando chego do trabalho cansada, quando estou em um trânsito terrível, quando estou triste, quando estou feliz, quando preciso relaxar, quando quero ser produtiva. Ela me guia, me mostra os caminhos mais doces e sempre tem a frase que eu preciso ouvir. Ela me ajuda a dar conselhos e, quando eu quero muito ajudar alguém mas não sei o que dizer, basta correr e dizer "acho que sei um livro que pode te ajudar". A literatura. Ela tem me salvado desde que aprendi a ler e esse ano de 2018 não foi diferente: a literatura me ajudou a respirar.

Esse ano, em especial, foi muito diferente dos anteriores: por conta da conclusão da graduação, li apenas vinte e cinco livros. Entretanto, foi mais difícil escolher os meus dez preferidos já que, pelo tempo limitado, selecionei com muito cuidado os livros que leria. Assim, os que indico aqui são a nata preciosa que tive o prazer de encontrar esse ano e quero, com muito carinho, indicar para vocês que me leem. 

É importante lembrar que nem todos os livros aqui listados foram lançados em 2018, mas eu os li em 2018. De alguns deles teremos resenhas completas em 2019 e, por isso, farei apenas um breve resumo agora. 

1.Um teto todo seu - Virgínia Woolf
Foi minha estréia com a incrível Virgínia Woolf e fala justamente sobre o meu dilema: como uma mulher que ainda não é financeiramente independente pode escrever livremente e se manter? Fiz uma resenha dele em março AQUI.




2. I know why the cageg bird sings - Maya Angelou
Esse livro vai ganhar uma resenha especial sobre ele — a qual ainda não tive tempo de fazer, mas terei. Porém, já adianto que é um livro autobiográfico e extremamente sensível. Angelou escreveu muito poemas incríveis, mas foi o romance que dela que de fato me marcou. É um livro que consegue perpassar muitos temas difíceis de serem discutidos através da figura representativa da Maya. A leitura é indispensável. 

3. O Sol na cabeça - Geovani Martins
Como brasileira, posso dizer que esse foi um dos melhores livros que li na vida. É lançamento do ano da Companhia das Letras e escrito por um autor também lançamento. Fiz resenha dele em abril AQUI.


4. Os homens explicam tudo para mim - Rebeca Solnit
Eu comprei esse e-book acidentalmente, mas acabou sendo um encontro. Devorei o livro em dois dias para tentar engolir o nó — necessário — que trouxe à minha garganta. Solnit vai além do feminismo e traz outras discussões e reflexões extremamente necessárias acerca da vida em sociedade e, acima de tudo, sobre respeito. Tem uma mini resenha dele AQUI


5. Pedagogia da autonomia  - Paulo Freire
Em seis anos de licenciatura, não havia lido ainda Paulo Freire. Ao escrever meu trabalho final, senti a necessidade e, ainda que não tenha sido uma leitura obrigatória e nem tenha entrado, de fato, em em meu trabalho, Freire me libertou com seu ideal pedagógico. É uma reflexão libertária e essencial. 


6. Mulheres de cinzas -  Mia Couto
É o primeiro livro da trilogia "As areias do imperador" em que Mia Couto trata sobre a chegada de Portugal à Moçambique. Foi minha primeira leitura de um romance histórico e notei o poder que esse tipo de literatura tem: a força história unida à estética literária. Leitura essencial. Não vou me delongar pois em Janeiro teremos resenha da trilogia completa. 

7. Sombras da água - Mia Couto
É o segundo livro da trilogia "As areias do imperador" acima citada. 

8. O bebedor de horizontes - Mia Couto
É o terceiro e último livro da trilogia "As areias do imperador" acima citada. 

9. O que é lugar de fala? - Djamilla Ribeiro
Em 2018 tive ainda o prazer de participar de uma #MaratonaDeLeiturasFeministas e o primeiro livro lido foi justamente essa obra esclarecedora da Djamilla Ribeiro. Ainda que eu tenha estado em um estado de pesquisa constante nos últimos dois anos, esse livro me foi essencial por diversas razões mas, sobretudo, para entender mais sobre respeito. Até então, o conceito de lugar de fala me era muito problemático, mas ao ler o livro, percebi a simplicidade do assunto. É um livro curtinho e muito simples, obrigatório para quem quer entender mais sobre respeito e vida em sociedade.



10. O que é empoderamento? - Joice Berth
Ainda impulsionada pela maratona, o livro de Joice Berth foi o segundo a ser lido e também me esclareceu outro termo que me parecia extremamente abstrato — empoderamento. A autora dialoga com Paulo Freire ao pensar em um empoderamento coletivo social e não individualizado. Além disso, me ajudou a visualizar melhor como a mulher negra é posta na sociedade brasileira.

com muito amor — e desejando um lindo 2019, 

Ane Karoline

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