imagem: we heart it
                                      

Talvez você não goste do que vai descobrir mas eu, daqui, fico olhando você e te percebo engasgado: sempre querendo dizer alguma coisa, sentindo mais do que mostra (ou mostrando o que não sente, para esconder o que sente), sem o atrevimento para revelar o que acha, só vivendo no morno, pisando em ovos, sem a coragem para dar um baita grito, ou para se desculpar.  Por sensatez, e amor aos próximos, respeito essa escolha de vocês que não dizem o que querem dizer. Respeito, mas não faço uso da mesma filosofia. Sei que o silêncio pode até ser ouro, mas só quando não há mais nada a ser dito.

Disso eu tenho certeza: entalada em não morro. Se, por acaso, eu achar que alguma coisa deve ser dita, vou dizer - seja por grito, fala, palestra, mensagem, fumaça, canção, sussurro, abraço, choro ou carta. Não vou dissimular, esperar que você ligue, fingir que não me importo, desdenhar e nem jogar. Se você soubesse da amargura que sinto só de pensar em todas as coisas que eu perderia se decidisse bancar a desinteressada proposital, nem tentaria fazer esse joguinho comigo - e nem com ninguém. Até porque eu também sei jogar, todo mundo sabe. Eu jogaria se quisesse, mas não quero. Essa competição de quem demonstra menos é tão tola que quando a percebo me retiro - o desinteresse não me interessa.

Esse medo de perder alguém por dizer o que sinto, eu não tenho. Não que não me importe com as pessoas, pelo contrário, as quero bem perto. E é por isso que quem quer que me conheça, vai me conhecer assim, de cara limpa, à flor da pele e emoções que gritam, abraçam e beijam. Quem quer que eu ame, vai receber amor assim: exposto, gritado, escancarado. Quem quer que me interesse ou, minimamente, me cative vai saber, vai ter notícias minhas. Porque é assim que eu vejo a vida: intensa e breve. Intensa demais para fingir que não se afeta pelas pessoas, e breve demais para não dizer isso a elas. Sendo assim, nesse breve espaço - intenso- de tempo, que é a vida, não dá para perder tempo com gente desinteressada. 

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