Algumas coisas poderiam ser trágicas se não fossem engraçadas. Essa semana, por exemplo, em meio à uma conversa casual, um amigo me disse que eu não entendia nada de filmes e eu ri. Eu ri porque percebi o quão pouco ele me conhece. Eu ri porque percebi o quão pouco a gente conhece as pessoas. Eu ri porque, às vezes, a gente conhece as pessoas tão pouco e somos capazes de amá-las, ainda assim. Achei tudo muito engraçado porque no mesmo dia dessa conversa de filmes uma colega de trabalho me disse que eu era muito boa em conhecer filmes, mais engraçado ainda, porque esse meu amigo sabe que eu assisto desenho animado japonês e ela não sabe. Minha mãe que mora comigo, por exemplo, não sabe que estou lendo Clarice Lispector e a minha colega da turma de francês, que me vê uma vez por semana, me conhece por essa referência, sabe todos os livros de Clarice que li. Acho que cada pessoa alcança um pedacinho do que que a gente tem, cada um vê uma das cores que a gente é.
   A gente não pode alcançar o outro totalmente e isso só é trágico quando a gente insiste em tentar. Temos a tendência de nos julgarmos conhecedores das razões alheias quando, nem sequer, conhecemos as nossas. Mas isso, a consciência dessa inalcançabilidade da alma alheia, não nos tira a chance de auxiliarmos a construção do caminho do outro, apenas nos tira da posição de diretores da vida alheia: estamos todos, sempre, em processo de construção. As vezes, conhecemos as pessoas tão pouco e somos capazes de amá-las, ainda assim, porque o amor é maior que o entendimento. Somos capacitados para estender a mão mas jamais para escolher o caminho de ninguém.
   Durante essa segunda, sofrida, semana do desafio #Rearteculando a Real Life eu percebi que estive tentando me construir a partir das vivências e opiniões alheias. Às vezes a gente se perde, né? Acaba esquecendo que o que a gente tanto procura está dentro de nós, tem que partir de nós. Passando mais tempo offline, e em contato comigo mesma, percebi que os caminhos estão todos dentro de mim, só preciso desvendá-los.
 (Passei mais tempo amando a Júlia)


    A semana offline me levou a pensar na paz e construção pessoal interna. A Débora me completou -como ela costuma fazer- e passou a pensar mais na saúde física, alimentação e afins. Pelo que percebi, isso a deixou um pouco mais disposta fisicamente e a fez olhar para as pessoas com mais carinho. Sobre carinho:
 (Mais fofos impossível)

    A Marta (que completou mais uma primavera na última segunda feira) também resolveu investir na saúde, conversando comigo, ela comentou que ficar olhando para a tela "engorda a gente". Eu achei uma maneira bem simples de dizer que a essa mania de passar muito tempo online nos incita o sedentarismo. Ela se dispõe a começar a exercitar-se regularmente na próxima semana.

   A Carol e o Alexandre investiram em suas relações pessoais com pessoas próximas. Às vezes a gente esquece de olhar para o lado e abrir espaço para que o outro nos ajude a construir nossos caminhos. 

  A Clara tem superado minhas expectativas, conseguindo passar 1 hora diária, apenas, online. Investido em diversões alternativas.

 (Essa história é fantástica, procurem)

      Ana Maria e Ane Kelly têm investido em observar as belezas da vida. Kellynha me disse que "parece clichê" mas tem observado mais o Céu. E, para a sorte dela, Deus tem caprichado, né?


    Mais uma vez: parabéns aos desafiados. Meu recado para incentivá-los nessa próxima semana: hoje eu vi uma frase, escrita com letras tortas, na parede que dizia "Só há dois dias em que não podemos fazer nada por alguém: ontem e amanhã". Suficiente, né?

Forte abraço, 
Ane

    






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