"E enquanto o tempo me mantinha atento,
eu procurava por um leve alento"
Mergulhado da cabeça aos pés nas águas da solidão
Águas frias, correnteza selvagem
Pedras feitas de emoções, com as pontas mirando o céu cinzento
O sal amargo das decepções, na água gelada de mágoas
Continuo aqui, plantando flores azuis,
Na distância que existe entre nós
Enfeito a ponte que nos mantém afastados
Usando-a como memória para o que ainda temos
Os seus olhos gritam que você me quer
O seu corpo insiste em se atrair ao meu
E ainda assim os tornados de sentimentos que existem em você
Te impedem de enxergar o sol em mim
Enquanto você não for capaz de ver o que somos juntos
Continuaremos a viver vidas distantes
Olhamos para o mesmo céu, e vemos coisas diferentes
Enquanto juntos somos mais do mesmo
Somos chuva e sol
Combinados em um tempo ameno
Você é a escuridão profunda
Eu sou a vela de chama bruxuleante
Você é o céu noturno, chapiscado de estrelas esbranquiçadas
Eu sou o cometa que desliza pela sua epiderme quente
Você é a luz de um sorriso tímido
Eu sou a razão devassa da sua pele corada
Quando você é meu, existe apenas você
Seu corpo é cor, seus lábios minha morte lenta
Enquanto anseio por mais de você,
Você se derrama em mim, e transbordamos
Não escolha dançar sozinho,
Quando posso te embalar em nossos dedos entrelaçados
Escolha sentir a textura da minha boca na sua
Ao invés do frio do meu pensamento no seu
Te convido a esquecer as mazelas da vida
E entrar com o pé direito nos jardins de sensações que plantei para nós
Mergulhe de cabeça em meu desejo
E deixe a chama do meu sentimento te consumir por inteiro
Te espero em nosso canteiro...
Adolfo Rodrigues